"The wind is low, the birds will sing, that you are part of everything..."

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A roseira

A algum tempo, não muito, me imaginei como uma roseira, como seria sendo uma roseira. Parece bobagem, mas talvez tenha me feito um bem que até agora não posso calcular.
Eis minha visão como roseira:
Me vi plantada num solo árido, com muitas pedrinhas, a terra de tão seca era clara e os pedaços de solo, quando soltos e em contato com qualquer coisa, se desfazia com facilidade. Meu corpo era cheio de espinhos, muitos, uma quantidade infinita de espinhos que me cobriam desde a primeira parte que brotava até onde se mostrava uma rosa aberta. A flor era grande, estava completamente aberta e tinha a cor rosa, num tom médio, era a unica flor da roseira.
Passando por mim vejo passos de pessoas que sempre vão, nunca voltam. Essas pessoas passam, me fazem crescer e a única lembrança que tenho delas são as pegadas que ficam gravadas no chão árido ao meu redor.
De onde estou só vejo o horizonte, a linha tênue que separa a terra do céu, e que é para onde os passos que estiveram ao meu lado caminham (eles foram minha única companhia). Não tenho outras plantas perto de mim, não vejo nada além do chão, os passos, pedras e o horizonte.
Talvez esse cenário seja o bastante para se admirar, mas depois de ter escrito isso acredito que não ter raízes e buscar o que se pode achar além do horizonte possa ser uma boa idéia.

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