"The wind is low, the birds will sing, that you are part of everything..."

sábado, 12 de junho de 2010

Dissertando sobre pequenices

Seu cachorro é pequeno, um minuto é pequeno, um beijo é algo pequeno?
Não se engane, não estou falando sobre o tamanho das coisas, que se pode medir em horas, segundos, minutos, metros ou centímetros, estou falando de significados. E acredite, isso muda completamente o rumo da conversa. Portanto, quando falo de algo pequeno, lembre-se que quero dizer o que representa, e não seu tamanho literal.
As pequenices da vida são as mesmas pra mim e pra você? A resposta é não, e a explicação vem em seguida. Um bom momento pode durar um minuto, seu cachorro pode ser uma das melhores companhias e aquele beijo pode ser sinal de um grande amor. Mas isso depende de quem está vivendo e como cada uma dessas pequenices entra na vida da pessoa.
Poxa, eu não entendo essa pessoas que dizem "eu gosto das coisas pequenas da vida", aliás, eu até entendo, mas acredito numa forma melhor de expressar isso. Porque se você realmente gosta, ela deixa de ser pequena, torna-se grande, significativa, especial. É pequena para o restante do mundo, mas grande para você. Dizer que são pequenas só parece uma forma de desmerecer, diminuir, sentir-se um "idiota", sabe? Como se fosse um jeito mesmo que inconsciente de dizer "olha, eu sou diferente, eu gosto das coisas pequenas". Caramba!! Diga isso com orgulho, diga "eu gosto de passar um tempo com meus cachorros no parque, gosto de abraços demorados e de cada momento que passo com determinadas pessoas, e essas coisas são de um significado enorme para mim!".
Valorize aquilo que te faz bem, com certeza isso é relativo, mas de alguma forma pode-se tornar grande para outros olhos.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A roseira

A algum tempo, não muito, me imaginei como uma roseira, como seria sendo uma roseira. Parece bobagem, mas talvez tenha me feito um bem que até agora não posso calcular.
Eis minha visão como roseira:
Me vi plantada num solo árido, com muitas pedrinhas, a terra de tão seca era clara e os pedaços de solo, quando soltos e em contato com qualquer coisa, se desfazia com facilidade. Meu corpo era cheio de espinhos, muitos, uma quantidade infinita de espinhos que me cobriam desde a primeira parte que brotava até onde se mostrava uma rosa aberta. A flor era grande, estava completamente aberta e tinha a cor rosa, num tom médio, era a unica flor da roseira.
Passando por mim vejo passos de pessoas que sempre vão, nunca voltam. Essas pessoas passam, me fazem crescer e a única lembrança que tenho delas são as pegadas que ficam gravadas no chão árido ao meu redor.
De onde estou só vejo o horizonte, a linha tênue que separa a terra do céu, e que é para onde os passos que estiveram ao meu lado caminham (eles foram minha única companhia). Não tenho outras plantas perto de mim, não vejo nada além do chão, os passos, pedras e o horizonte.
Talvez esse cenário seja o bastante para se admirar, mas depois de ter escrito isso acredito que não ter raízes e buscar o que se pode achar além do horizonte possa ser uma boa idéia.