"The wind is low, the birds will sing, that you are part of everything..."

segunda-feira, 20 de julho de 2009

O universo e a amizade

Começo o post de hoje com o trecho de uma conversa que tive com uma pessoa especial, foi mais ou menos assim:
M: Bom dia!
C: Bom dia! Obrigado!
M: Por nada. (?) hahahaha *sem entender*
C: Você veio a para São Paulo, se tornou minha amiga, feliz dia do amigo!
E então, sabe o porque da comemoração do Dia do amigo em 20 de julho? Se não, eu explico. Um certo argentino chamado Enrique Erneto Febbraro criou essa data coincidindo com o dia 20/07/1969 no qual o homem chegou à lua. Ele viu isso como uma oportunidade de se fazer amigos em outras partes do universo.
Tenho milhares de coisas para escrever sobre minhas amizades, as situações em que elas se formaram, a quanto tempo elas existem, os momentos passados com cada amigo.
Mas prefiro não citar as minhas, e sim deixar que pense a respeito dos seus amigos, aposto que te fariam rir ou até mesmo chorar ao lembrar de tudo que passaram juntos.
Acho cabível para esse dia uma crônica, a qual me identifico de uma forma surpreendente. Acredito não ser tão surpreendente assim, afinal, basta ter amigos para se identificar com a mesma.


Amigos
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas
enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
Até mesmo aqueles que não percebem
o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...
A alguns deles não procuro,
basta-me saber que eles existem
.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas
é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure
.
E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários,
de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital
, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes,
mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!
"A gente não faz amigos, reconhece-os."

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